Qual será o futuro do Turismo frente ao Covid 19?

O turismo no mundo vinha ocupando seu lugar, os números cada vez mais expressivos demonstram que o setor já era uma das grandes apostas do governos dos mais diversos países para o seu desenvolvimento econômico e social. Com avanço de 3,9% em 2018 o setor cresceu mais que setores como Tecnologia da Informação e Serviços Financeiros juntos, injetando 8,8 trilhões na economia mundial, gerando 319 milhões de empregos e representando 10,4% da economia global. No Brasil, por exemplo, a meta do atual governo era ambiciosa, de dobrar o fluxo de visitantes no país, passando dos atuais 6,6 milhões para 12 milhões até 2020 e aumentando a arrecadação de 5,89 bilhões de dólares para  19 bilhões. Várias medidas vinham sendo tomadas para que o Brasil pudesse ter a melhoria desses números pífios que vinha apresentando a anos. Mas no meio do caminho se apresentou a Covid 19 ou o Corona Vírus, uma pandemia que assola o mundo inteiro. E agora José?

A pandemia do Corona Vírus chegou assolando o mundo, se espalhando rapidamente, causando mortes e um cenário de guerra, jamais visto pela maioria das nações. Países fecharam suas fronteiras, cancelaram todos os voos internacionais, decretaram medidas urgentes e de máxima importância para a contenção da disseminação do vírus no mundo. No Brasil a situação não foge da realidade, estamos a beira de uma explosão de casos do Covid 19 e os impactos são enormes para toda economia do país.

Claro que um setor que depende exclusivamente do deslocamento de pessoas entre cidades e países já sinaliza como um dos mais impactados e a eminência é de caos para o setor, com a dificuldade financeira prevista para a maioria dos pequenos negócios e até para as grandes redes. Somente na primeira metade de março, o setor teve perdas de 16, 7% e um prejuízo amargo de 2,2 Bilhões de reais e a CNC – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo estima que os prejuízos já sofridos pelo setor tenham potencial para a redução de mais de 115 mil postos de trabalho formais. Só na aviação estima-se que as perdas serão de cerca de 30 Bilhões de dólares pelo fechamento de rotas, cancelamento de voos, adiamento de viagens e cancelamentos de ordem geral. O turismo de negócios e eventos que congregam as feiras, congressos e convenções e que concentram os mais altos orçamentos do setor também já calculam perdas com grandes cifras. A hotelaria hoje já opera com números baixíssimos, com cerca de 20%.

Em nosso país entidades representativas do setor como a ABAV – Associação Brasileira das Agências de Viagem, a ABIH – Associação Brasileira da Indústria de Hotéis, a ABRACORP – Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas, a AIRTKT – Associação Brasileira dos Consolidadores de Passagens Aéreas e Serviços de Viagens, a BRAZTOA – Associação Brasileira de Operadoras de Turismo, dentre outras, buscam junto ao governo medidas para socorrer o setor. O setor também lançou campanha conjunta que busca conscientizar o turismo a adiar sua viagem, a postergar a data e não cancelar, o que poderá aumentar ainda mais o prejuízo no curto prazo para toda a cadeia do turismo.

Precisamos de otimismo

Apesar do cenário catastrófico que o Covid 19 desenhou para o turismo mundial e de saber das dificuldades que o setor vai enfrentar nos próximos meses, precisamos manter o otimismo de que será um momento passageiro e que em questão de meses, caso consigamos combater o vírus atendendo as medidas sugeridas pela OMS – Organização Mundial da Saúde e também dos órgãos governamentais, a crise será realmente passageira. Nossa missão nesse momento é ajudar a conscientizar a todos nossos clientes e viajantes que possam se resguardar e permanecer em quarentena para que possamos afastar os riscos de contaminação em massa em nosso país, permitindo a pronta recuperação de todos.

Além disso o Ministro Marcelo Álvaro Antônio tem apresentado uma série de propostas ao governo para desonerar o setor e permitir que nesse momento de crise possamos atenuar os impactos de uma pandemia que impacta todo o mundo.

De uma forma pessoal acredito que é também um momento para olharmos internamente para nossos negócios, para a dor de nossos clientes, refletirmos como o turismo pode continuar a desenvolver, mas com sustentabilidade, os destinos em que atuamos. Identificar qual a contribuição estamos dando para esse mundo, que está doente e precisa de novos preceitos para seguir.

Que o futuro do turismo mundial seja belo, que possamos recuperar das perdas e voltar a ajudar no desenvolvimento econômico e social das nações, mas principalmente que possamos aprender com as adversidades, buscando um setor mais unido, mais justo, onde  as cifras não sejam mais importantes que o sentido maior do turismo, que é de realizar sonhos, de proporcionar momentos inesquecíveis, felizes, únicos e de impactar positivamente o coração dos viajantes.