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Turismo: o primeiro a entrar e o último a sair da crise

07/04/2020

O setor do turismo tem um grande desafio pela frente, um setor extremamente sensível ao atual cenário criado pelo  Coronavírus, como  vários outros da economia é claro, mas com uma diferença: foi o primeiro setor a entrar na crise e provavelmente será o último a sair.

Vamos de conceitos para que possamos entender o porquê dessa minha colocação e visão de futuro. Segundo o Ministério do Turismo e a Organização Mundial do Turismo – OMT o turismo é conjunto de atividades realizadas por pessoas durante suas viagens e estadias em lugares distintos do seu habitat natural por um período de tempo consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios e outros. Já a Embratur completa dizendo que o turismo é gerado pelo deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora dos limites da área ou região em que têm residência fixa, por qualquer motivo, excetuando-se o de exercer alguma atividade remunerada no local que visita. Ou seja, o conceito do turismo está vinculado diretamente a circulação de pessoas, aos deslocamentos fora dos limites de onde tem residência fixa.

Fechamento de fronteiras, de divisas e cancelamento de voos: o turismo vive momentos complexos

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Com a disseminação da doença as primeiras medidas de contenção foram justamente as que atingem a cerne da existência do turismo: a circulação de pessoas entre as localidades. Foram empregados imediatamente o fechamento de fronteiras, fechamento de divisas estaduais e até municipais, criação de barreiras sanitárias, cancelamento de voos para todo o mundo e várias outras medidas para a restrição da circulação de pessoas. Hoje enfrentamos medidas mais severas de isolamento e distanciamento social, com o fechamento do comércio, o fechamento do setor de serviços e o não funcionamento de nenhum serviço não essencial.

E o cenário ainda é de muitas incertezas, não existe um consenso nem dentro do próprio governo brasileiro. A população se divide entre aqueles que acreditam que devem voltar a normalidade e outros que olhando o exemplo de outros países buscam atender ao pedido de quarentena e evitar o colapso do sistema de saúde. O fato é que o cenário é de muitas dúvidas e sem uma previsão de quando essa crise vai passar.

Para o turismo o debate é ainda mais complexo, não é apenas sobre voltar a normalidade com comércios, indústria e serviços funcionando, mas quando vão abrir as fronteiras, as divisas, quando o viajante voltará a ter segurança e confiança de se locomover entre as localidades?

Aeroporto de Confins: viajantes precisam de segurança e confiança para circular entre destinos

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Por isso o turismo deverá ser um setor que necessitará de um olhar especial dos entes públicos, com apoios e isenções, com subsídios e postergação de exigências. E aos empresários, destinos e trade em geral será um momento propício para parcerias, para reinvenção do negócio para testar nossa capacidade de inovação, para testar nossa capacidade de sedução a um consumidor que necessitará ter a segurança e a confiança para visitar nossos destinos pós crise.

Com certeza é um cenário muito desafiador e continuará sendo, mas vamos superar mais essa crise, pois já criamos uma “casca de proteção”, já estamos acostumados a superar crises e as mais diversas intempéries.  O turismo sempre foi um setor extremamente sensível a alterações das mais diversas ordens, do aumento do dólar ao do petróleo, das crises econômicas ao acontecimento de guerras entre nações, dos distúrbios sociais aos distúrbios da política, dentre outros inúmeros desafios. Não será um vírus, potente é verdade, mas que nos fará sucumbir. Seguiremos firmes, mesmo demorando um tempo maior para sair da crise.

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