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Turismo: desafios e oportunidades

12/08/2020

Os cenários desafiantes por que passa o turismo são sem precedentes na história, especialmente pelo o tamanho e importância do setor para a economia mundial. O turismo que é um setor muito sensível as mais variadas crises e que mesmo já tendo superado tantas outras ainda se demonstra um dos mais flexíveis mercados que existem. Mas o Coronavírus trouxe um cenário único e muito complexo.

Pandemia trouxe grandes desafios sem precedentes para o turismo

O desafio do setor para se reerguer é enorme e apesar do mundo estar ansioso para viajar a segurança e o temor do contágio ainda são altos, uma possível recuperação será lenta e gradual dizem os especialistas. No Brasil o desafio, como sempre, é muito maior, pois a pandemia foi tratada com descaso e com uma postura negacionista, sem tratar o tema com a importância que os demais países trataram, com os indicies de contágio e óbitos ainda muito altos e com o país figurando na lista de persona no grata pelo mundo.

Mas como atuante do setor a certeza no mundo empresarial é: não adianta ficar chorando pelo leite derramado. Temos que atuar com o que temos em mãos, temos que reerguer o setor na garra, na força do setor privado que foi quem sempre levou esse país nas costas, apesar de toda ineficiência do setor público.

Recuperação do turismo mundial será lenta e gradual segundo os especialistas

Depois de muitos debates, lives, reuniões o que temos é que necessitamos preparar para a retomada. Se as pesquisas mostram que os viajantes vão priorizar viagens de carro, no entorno de sua moradia abra-se uma oportunidade para o brasileiro conhecer o seu próprio país, ajudar a reerguer a economia do Brasil gastando aqui mesmo o seu rico dinheirinho, ao invés de gastar milhões de dólares no exterior como fazemos todos os anos.

Se para alguns isso aumenta o desafio para outros, em especial os receptivos, se tem uma oportunidade única para a retomada, com possível aumento do número de visitantes nas mais diversas regiões. Esse é jogo e o futuro dirá quem foram os ganhadores e perdedores desse novo momento pós pandemia.

Eu particularmente não acredito numa grande mudança no comportamento dos viajantes, mas isso já é papo para outros post.

Cenários e tendências para o turismo pós Pandemia

27/04/2020

Já estamos caminhando para os dois primeiros meses do início da crise causada pela Pandemia do Coronavírus no turismo nacional. Do alvoroço inicial com grande quantidade de cancelamentos e adiamentos nas operadoras e agências, passando pelas preocupações com a repatriação de turistas até as empresas pararem para finalmente avaliar o estrago causado no mercado. Os prejuízos são imensos e só no mês de março as operadoras de turismo estimaram um prejuízo de 3,9 Bilhões de reais e houve a fim de 10% dos postos de trabalho. Isso em apenas um dos setores da indústria do turismo, não incluindo a cadeia dos hotéis, transportadores, guias de turismo, organizadores de eventos e outros entes da cadeia que não param de contabilizar os prejuízos.

E o cenário de incertezas para o turismo permanece, afinal não sabemos quando acabará o período de isolamento social e retorno da circulação de pessoas. O cenário não permite ainda a gente cravar qualquer previsão no curto e médio prazo o que gera grande instabilidade para o setor. Mas eu sou sempre otimista e acredito que tanto na vida quanto no mundo empresarial é na adversidade que se constroem grandes empresas, grandes gestores e grandes histórias.

Turismo: desafios de se pensar o amanhã com tantas incertezas

Turismo: desafios de se pensar o amanhã com tantas incertezas

Por isso após o momento mais conturbado é hora de pensar o futuro, mesmo sem saber quando poderemos ter a retomada do turismo mundial. É hora de levantar cenários e possibilidades e buscar adequar produtos e serviços frente a esse novo cenário, sem perder é claro toda a essência e expertise já criada pelo negócio.

Alguns cenários já se despontam, como a diminuição do turismo de massa, opções por destinos de natureza e visitação a atrativos em ambientes abertos, além da circulação de turistas por um raio de até 300 km de sua residência. Ou seja, a tendência é o turismo regional se fortalecer bastante. Até que a confiança e a segurança volte a recepção de turista de outros estados deverá acontecer em menor número.  Com o colapso na economia mundial a tendência é que os demais países do mundo também incentivem seus moradores a se manterem no turismo local, fortalecendo sua economia interna, demonstrando que a o retorno da visitação de turistas do mercado internacional vai demorar ainda mais para acontecer. Em contrapartida o valor do dólar e as características ambientais de vários destinos no Brasil são uma possível vantagem competitiva para recebimento de turistas estrangeiros.

Diante dessas informações operadoras e agências buscam sair na frente e inovar nas propostas para seus clientes. Viagens sem datas marcadas e travel vouchers de descontos são algumas dessas ações que buscam gerar um determinado fluxo de caixa e ao mesmo tempo realizar vendas antecipadas. São tentativas de movimentar o setor, apesar do risco, mas é  um momento importante para gerar novas ideias e oportunidades para o consumidor e para os negócios.

Travel Vouchers e Viagens sem datas marcadas: setor buscando gerar fluxo de caixa

Travel Vouchers e Viagens sem datas marcadas: setor buscando gerar fluxo de caixa

Mas para além disso as tendências para o comportamento do consumidor demonstram uma mudança considerável para o futuro. Estudo da Equipe do Lab Turismo do Sebrae aponta que os temas saúde, família, hiperconexão, confiança, humanização e sustentabilidade deverão estar em presentes nas estratégias dos empreendedores do turismo.

O futuro continua incerto e a cada nova semana carece de novas análises, mas os cenários e tendências já nos dão bons insights para se preparar para o futuro.

Turismo: o primeiro a entrar e o último a sair da crise

07/04/2020

O setor do turismo tem um grande desafio pela frente, um setor extremamente sensível ao atual cenário criado pelo  Coronavírus, como  vários outros da economia é claro, mas com uma diferença: foi o primeiro setor a entrar na crise e provavelmente será o último a sair.

Vamos de conceitos para que possamos entender o porquê dessa minha colocação e visão de futuro. Segundo o Ministério do Turismo e a Organização Mundial do Turismo – OMT o turismo é conjunto de atividades realizadas por pessoas durante suas viagens e estadias em lugares distintos do seu habitat natural por um período de tempo consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios e outros. Já a Embratur completa dizendo que o turismo é gerado pelo deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora dos limites da área ou região em que têm residência fixa, por qualquer motivo, excetuando-se o de exercer alguma atividade remunerada no local que visita. Ou seja, o conceito do turismo está vinculado diretamente a circulação de pessoas, aos deslocamentos fora dos limites de onde tem residência fixa.

Fechamento de fronteiras, de divisas e cancelamento de voos: o turismo vive momentos complexos

Fechamento de fronteiras, de divisas e cancelamento de voos: o turismo vive momentos complexos

Com a disseminação da doença as primeiras medidas de contenção foram justamente as que atingem a cerne da existência do turismo: a circulação de pessoas entre as localidades. Foram empregados imediatamente o fechamento de fronteiras, fechamento de divisas estaduais e até municipais, criação de barreiras sanitárias, cancelamento de voos para todo o mundo e várias outras medidas para a restrição da circulação de pessoas. Hoje enfrentamos medidas mais severas de isolamento e distanciamento social, com o fechamento do comércio, o fechamento do setor de serviços e o não funcionamento de nenhum serviço não essencial.

E o cenário ainda é de muitas incertezas, não existe um consenso nem dentro do próprio governo brasileiro. A população se divide entre aqueles que acreditam que devem voltar a normalidade e outros que olhando o exemplo de outros países buscam atender ao pedido de quarentena e evitar o colapso do sistema de saúde. O fato é que o cenário é de muitas dúvidas e sem uma previsão de quando essa crise vai passar.

Para o turismo o debate é ainda mais complexo, não é apenas sobre voltar a normalidade com comércios, indústria e serviços funcionando, mas quando vão abrir as fronteiras, as divisas, quando o viajante voltará a ter segurança e confiança de se locomover entre as localidades?

Aeroporto de Confins: viajantes precisam de segurança e confiança para circular entre destinos

Aeroporto de Confins: viajantes precisam de segurança e confiança para circular entre destinos

Por isso o turismo deverá ser um setor que necessitará de um olhar especial dos entes públicos, com apoios e isenções, com subsídios e postergação de exigências. E aos empresários, destinos e trade em geral será um momento propício para parcerias, para reinvenção do negócio para testar nossa capacidade de inovação, para testar nossa capacidade de sedução a um consumidor que necessitará ter a segurança e a confiança para visitar nossos destinos pós crise.

Com certeza é um cenário muito desafiador e continuará sendo, mas vamos superar mais essa crise, pois já criamos uma “casca de proteção”, já estamos acostumados a superar crises e as mais diversas intempéries.  O turismo sempre foi um setor extremamente sensível a alterações das mais diversas ordens, do aumento do dólar ao do petróleo, das crises econômicas ao acontecimento de guerras entre nações, dos distúrbios sociais aos distúrbios da política, dentre outros inúmeros desafios. Não será um vírus, potente é verdade, mas que nos fará sucumbir. Seguiremos firmes, mesmo demorando um tempo maior para sair da crise.

Pelo Viés da Saúde ou da Economia: teremos que contar os mortos

26/03/2020

O debate sobre os desdobramentos dos impactos do Covid 19 continuam de forma intensa. Entre prós e contras esta no centro do debate o número de mortos, seja pelo o viés da saúde ou da economia. A análise é a seguinte: vamos contar os mortos, seja de um lado, seja de outro. Nosso país terá que fazer escolhas muitos difíceis e de forma urgente, mas uma coisa é consenso: vidas importam.

Estamos vivendo um momento muito complexo, minha análise é que existe em meio a crise, uma antecipação do período eleitoral e os discursos eleitoreiros, inflamados, só reforçam que existe uma falta de planejamento de curto prazo para que possamos sair dessa crise mais rapidamente. Essa instabilidade dos discursos de quem está gerindo o país em todas as esferas, seja federal, estadual e muita das vezes municipal só gera insegurança para a população e também dos setores produtivos do país.

Os gestores públicos dando sua contribuição para o caos aliado ao cenário incerto criado pelo avanço do Coronavírus  formam uma situação inusitada, nunca antes vista. Sim, esse vírus já mudou o mundo, pois trouxe desafios nunca antes vistos, a urgência de medidas nunca antes tomadas, tudo ainda é uma grande novidade. Diante de um cenário de tantas incertezas é natural também uma demora para entendermos quais serão todos os impactos, para as pessoas, para as empresas e para a sobrevivência de ambas.

Coronavirus

Coronavírus: contaminação crescente em todo o mundo gera insegurança e temor das mortes e consequências econômicas

Já ouvi muitos argumentos, nos grupos de whatsapp amigos empresários tem opiniões diversas. Mesmo em tempo de fake news e opiniões tão diferentes busquei formar minha própria opinião ouvindo argumentos de especialistas sérios, de pessoas da área da economia e da saúde e também ouvindo vários amigos empresários, entre pequenos e médios dos mais diferentes ramos de negócios. Minha conclusão é que ambos os lados tem razão na história, podemos ter uma explosão no número de mortos via infecção pelo Coronavírus e outros milhares de mortos via distúrbios sociais causados pela estagnação econômica como a quebra das empresas, fim dos postos de trabalho, aumento da fome, etc.

Remédio amargo

É notório que não temos uma fórmula pronta para a crise que se instaurou nessa história sem precedentes.  Medidas terão que ser tomadas frente ao avanço ou recuo da doença em nosso país.

Mas é importante analisar que outros países em que a Covid 19 chegou primeiro, já testaram algumas opções e deixaram lições importantes para todo o mundo. A China decretou o isolamento social como a principal medida de combate e saiu mais rápido da crise. Itália e Espanha demoraram apenas 6 dias de diferença para tomarem as medidas necessárias e vivem o caos. Reino Unido e os Estados Unidos optaram pela normalidade e o que estão vendo agora é a explosão em número de casos da doença, obrigado os governos a recuarem, adotarem medidas restritivas e de isolamento e distanciamento social.

Mesmo considerando as diversas diferenças estruturais, sociais e econômicas do Brasil frente a esses países, a pergunta que fica é: por que no Brasil um modelo diferente do que adota todo o mundo daria errado aqui? Ou ainda, por que um modelo já testado por outros países e que deu errado, daria certo aqui? Busquei analisar algumas argumentações e elas me pareceram muito fracas frente ao tamanho do problema.

Ou seja, ao que me parece, para o momento o isolamento e distanciamento social é a única medida comprovada que deu certo para achatar a curva do contágio da doença, para que não ocasione o colapso do setor de saúde e aumente sobremaneira o número de mortos, não apenas pela Covid 19, mas por outras doenças e acidentes que levam milhares de pessoas aos hospitais todos os dias. Sem condições de atendimento a maioria das pessoas ficariam sem atendimento e seriam largadas a própria sorte. Assim a tendência seria colecionarmos pilhas de mortos, sem inclusive lugar para enterrar. Isso não é brincadeira, isso não é falácia…isso está acontecendo no mundo inteiro e aqui não seria diferente, especialmente pelas condições de atendimento encontradas em nosso país.

Distanciamentosocial

Isolamento dos grupos de risco e distanciamento social é a única medida eficaz comprovada até o momento contra o Coronavírus

Mas Ricardo e a segunda onda, o colapso financeiro, a quebra das empresas? Sim, isso é outra grande preocupação, a recessão já é certa, muitas empresas já estão demitindo, muitas empresas já estão afundadas no buraco e na eminência de quebrar, os mais pobres já estão com sérias dificuldades e os distúrbios sociais vão acontecer. Isso é fato, isso não tem como fugir diante de uma crise global. Mas precisamos que assim como em outros países o Brasil abandone os conceitos conhecidos de meta fiscal, contenção dos gastos e de tudo que se planejou até agora e coloque o dinheiro para circular, liberando dinheiro para pequenos e médios empresários, autônomos, famílias de baixa renda, etc. A situação exige coragem para gerar novos recursos, como taxar grandes fortunas, captar valores que seriam destinados para o fundo partidário, diminuir os custos com pagamentos do funcionalismo, suspender auxílios de toda natureza pagos por todos os poderes, moratória da dívida pública, etc. Enfim, o cenário que é de guerra, exige medidas urgentes e do tamanho da proporção do problema.

Claro que as medidas não seriam ad eternum, seriam medidas para conter a curva de infecções e o colapso do sistema de saúde. A análise deveria ser continua, assim como a capacidade de alterar as ações já empregadas.

Sim meus queridos, o remédio é amargo, não existe solução fácil e realmente qualquer decisão vai exigir muita coragem de nossos gestores que precisam nesse momento deixar a disputa eleitoral de lado, serem mais proativos e mais ágeis na tomada de decisões, terem uma coordenação única e gerar confiança para a nação.

Assim como essa doença, cada dia tem sido de novidades, estamos aprendendo com a coisa acontecendo. Que possamos ter uma solução que possa repercutir nos dois lados, na contenção da doença e diminuição do número de mortos e também na proteção da economia, das empresas, da manutenção dos postos de trabalho e do bem estar social. Mas que possamos estar confiantes, otimistas, resilientes e com fé que esse será um momento transitório, passageiro e que em breve estaremos nos reconstruindo e atuando de uma forma muito melhor.

Futuro

Confiança, otimismo, resiliência e fé para uma crise temporária 

Vamos nesses tempos difíceis nos ajudar. Vamos comprar do pequeno, vamos divulgar o trabalho dos amigos, vamos com muita responsabilidade gerar uma rede de solidariedade que possa amenizar esse momento conturbado que vivemos.

Que Deus nos ajude!